A pouco mais de um mês da visita do Papa Francisco ao País, para participar no Centenário das Aparições, Afonso da Conceição, que estava colocado na base aérea de Monte Real em 1967, recorda ao
CM a chegada do primeiro Papa que lá aterrou rumo a Fátima.
"Para mim foi a visita com mais impacto, por ser a primeira", diz, referindo-se a Paulo VI.
Hoje com 72 anos, os problemas de saúde deixaram Afonso da Conceição de muletas e com muita dificuldade em movimentar-se. Essa é, lamenta, a principal razão para não estar presente na chegada do Sumo Pontífice a Portugal. A imobilidade forçada é exasperante: "Tenho muitas saudades daquela base. Mesmo no Dia da Unidade não vou lá porque estou nesta situação e não tenho ninguém para me levar".
Quando Paulo VI chegou a Monte Real, esperava-o uma multidão e um forte dispositivo de segurança. Na altura, Afonso da Conceição estava lá colocado como cabo maqueiro.
Ao
CM, recorda os acontecimentos em torno da visita do Sumo Pontífice, desde a substituição do comandante – que "não era crente" e tinha mandado retirar os símbolos religiosos da base – à recusa de um piloto em realizar a viagem que traria o Papa.
O momento mais marcante ocorreria na chegada de Paulo VI. "Uma freira furou o cordão de segurança e ajoelhou-se em frente ao Papa. Ela disse-lhe: ‘Pai, abençoa a tua filha’.
O Papa abençoou-a e ela foi-se embora. Depois foi agarrada pela segurança", conclui.